“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.
E foi parafraseando Fernando Pessoa que me despedi dos colegas de trabalho na última semana.
A palavra coragem vem do latim “cuor agire” agir com o coração. E foi isso que eu fiz recentemente quando, após 10 anos trabalhando em uma gigante das telecomunicações conclui que era a hora de encerrar um ciclo.
Dez anos, eu contabilizada. Fusões, reestruturações, amizades construídas, sonhos realizados, aprendizados, processos seletivos internos, dezenas de Executivos que conheci e milhares de histórias - algumas guardadas a sete chaves. Era como se um filme passasse e eu, que sempre me considerei a típica virginiana – que não se abala, que é pé no chão - transbordava de dúvidas, incertezas, inseguranças e medos.
A essa altura, mensagem no biscoito da sorte e em para-choque de caminhão já era motivo para eu pensar: é um “sinal”. Lia sobre o assunto em livros, revistas, colunas. Conversei com pessoas experientes, fiz coaching e comecei a vibrar com a coragem das minhas amigas que vinham "chutando o balde".
A essa altura, mensagem no biscoito da sorte e em para-choque de caminhão já era motivo para eu pensar: é um “sinal”. Lia sobre o assunto em livros, revistas, colunas. Conversei com pessoas experientes, fiz coaching e comecei a vibrar com a coragem das minhas amigas que vinham "chutando o balde".
Certo dia li: “Em cada emprego que tive e em todas as experiências que vivi, soube que era hora de seguir em frente quando já tinha crescido o máximo possível ali”. BINGO! Era isso que eu sentia e permanecer significava aceitar a insuportável zona de conforto. Aquela que não te faz mover um único músculo. Respeito aqueles que apreciam esse estado, mas isso não combinada nada com o meu perfil.
Cada escolha que fazemos nos permite construir o nosso próprio caminho e o que tenho desejado é que as minhas escolhas estejam coerentes com o meu discurso de vida, com as minhas crenças e as com os meus valores.
Com o tempo tenho aprendido que dinheiro traz felicidade sim e proporciona várias oportunidades mas não compra paz interior e crescimento espiritual, que são transcendentais, porque é eterno.
Evidentemente que “chutar o balde” implica em algumas perdas, momentâneas, alguns reajustes na rotina e nos hábitos, mas nada que substitua a respiração leve, coração sereno e paz interior. Ter coerência entre o discurso e a prática é fundamental.
É preciso sim muita coragem para levantar, sacudir a poeira e mudar aquilo que nos incomoda. Por isso, poucos se atrevem.
No final você acaba descobrindo que suas escolhas, com certeza, lhe renderão a maior recompensa que alguém pode desejar: A felicidade apesar de todas as consequências.
No final você acaba descobrindo que suas escolhas, com certeza, lhe renderão a maior recompensa que alguém pode desejar: A felicidade apesar de todas as consequências.
Parafraseando Eugênio Mussak concluo: Saber exatamente qual é o destino que você deseja em termos de carreira, em termos de vida, é fundamental para que você possa começar a construir o projeto que vai fazer com que você chegue lá. Mas, atenção, conhecer o destino que deseja é apenas parte do processo, é preciso saber também onde você está agora - isso é, quais são suas condições atuais para conciliar o que se tem hoje e o que se deseja para o futuro.
Muitas vezes é preciso dizer adeus, encerrar um ciclo para então (re)-começar.
Um abraço,
Simara Rodrigues
P.S - O primeiro texto que me inquietou:
http://lounge.obviousmag.org/cafe_nao_te_deixa_mais_cult/2014/07/a-geracao-x-esta-chutando-o-balde.html
http://lounge.obviousmag.org/cafe_nao_te_deixa_mais_cult/2014/07/a-geracao-x-esta-chutando-o-balde.html
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